Para o português comum, a I República constituiu sobretudo um liberticídio; a liberdade de um cidadão na Monarquia liberal era maior do que a liberdade de um cidadão da I República. A isto acresceu o caos social e político que percorreu todo o regime com dezenas de Governos, vários golpes de Estado e tentativas de golpe, e milhares de vítimas mortais da violência política.
A caminho do centenário da atual forma de chefia de regime, A I República é hoje um mito descredibilizado porque a verdade acaba sempre por prevalecer.
O mito foi iniciado logo no pós 5 de Outubro. A este respeito, veja-se o postal abaixo publicado na época:

Entre outros episódios retratados nesse postal está a proclamação de República na Praça do Município em Lisboa. A praça é representada cheia de povo. No entanto, na foto seguinte pode ver-se a verdadeira imagem da Praça do Município nessa manhã de 5 de Outubro de 1910:

A praça está longe de se poder considerar meio cheia, ao contrário da imagética da propaganda.
Na foto que segue pode ver-se José Relvas na varanda do edifício da Câmara proclamando a República na tal Praça do Município:

Abaixo pode ver uma foto obtida na mesma ocasião, mas esta está completa, não está cortada, não está censurada:

Nela se percebe que José Relvas proclamou a República a um pequeno ajuntamento de lisboetas e não à "multidão" da propaganda. Os presentes na Praça no momento da proclamação eram ainda menos do que os que se podem ver na primeira foto da Praça mais acima, obtida depois desta.
O mito divulgado pela obra de ocultação da verdade e da propaganda está muito aquém da realidade.
Sejamos monárquicos ou republicanos, pouco importa conquanto possamos mudar Regimes e Governos pelo voto. Mas importa que não sejamos alegres trauteadores de mentiras, importa que não aceitemos falsificações de políticos e de propagandistas. Importa também que uma certa gente saiba que não somos estúpidos ou, pelo menos, que não somos todos estúpidos.
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