A flor na foto nasceu no meio de pedras da calçada e junto a uma parede virada a norte.
Só conhece a companhia das tais pedras que a viram nascer, e de algumas ervas que nasceram também elas entre as pedras do passeio. Por causa daquela parede virada a norte, só tem sol algumas horas por dia, o que é pouco porque as flores de folhas pequeninas precisam de mais luz do que as outras.
Aquela flor tem tudo pra não estar ali: menos sol do que precisa, o risco de ser pisada em qualquer altura por algum dos pés que passam tão perto.
Mas assim mesmo insiste em viver e, graça maior, em ser bonita, em ser cor quente no meio de cores frias.
A propósito, os “dias” começaram hoje outra vez a ficar maiores.
pós texto - duas semanas depois, quando voltei a passar por ali, aquela flor já não estava lá.
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